MEMÓRIA, VERDADE,
JUSTIÇA 1946/2017 ?
...e o mais longo doloroso penoso
triste 1º de abril
“ Não, não falo apenas
das torturas dos assassinatos, dos desaparecimentos de tantos opositores do
regime. Está terá sido a parte menor do terror, apenas um aspecto da atividade
política da polícia. O caráter da política iria remodelar a face do país.
Estou falando da
catástrofe que tem indícios (estatísticos) na quantidade de acidentes de
trabalho, na taxa de mortalidade infantil, na extensão das epidemias, no número
de analfabetos e...
Certamente o massacre é
mensurável, mas não completamente.
Como medir a ansiedade
dos desempregados, o desespero do que vê o filho
morrer faminto, a angústia nos
engarrafamentos, a
humilhação dos censurados, o ódio dos pedintes ?
Qual o grau da
ignorância dos alfabetizados? Que medida para o desinteresse
de cada um no destino coletivo?
Que escala usar para a
indiferença política? Como
medir, nos poros dessa opressão, aquilo que não foi feito, tudo que foi
censurado, esmagado por não ter condições de vir a ser?
O que poderia ter sido
que não foi?
Quantos abortos de
futuros?
Com esses SE não
podemos nunca escrever a História, mas sabe-se, mas a imaginação não se recusa
suposições; por isso, até que ponto foi destruído o imaginário Brasil que
tantos ousaram sonhar?
Lentamente, com graça e
mais venenos, o país tornou-se um campo de concentração.
Não se trata de figura
de retórica. O
pavor nem sempre é dramático e teatral.
Pode ser, como entre
nós, funcional, tecnologicamente avançado.
Tão puro e cristalino,
verdade tão transparente, que se torna
invisível.
Essa cegueira permite
se viver num campo de concentração sem se dar conta.”
Herbert Daniel. “Passagem para o próximo sonho, um possível
romance autocrítico”. 1982,Rio de
Janeiro: Codecri, citado por Beatriz de Moraes Vieira em A PALAVRA PERPLEXA: experiência histórica e poesia no
Brasil nos anos 70. Niterói: UFF, 2007
Sempre que um cidadão se considere injustiçado, deverá
recorrer aos tribunais que regulam as vidas e relações dos indivíduos, para a
reparação dos danos.
A medicina
legal tem exemplos vários dos danos causados aos cidadãos, seja por indivíduos,
ou por outros investidos de uma
representação da autoridade, ou por ordem expressa de seus representantes.
Os
julgamentos de Nuremberg firmaram alguns conceitos, que levaram a condenação à
prisão perpétua, alguns dos tipos mencionados, apesar das alegações dos
advogados de defesa, que os mesmos estavam no estrito cumprimento do dever.
Guerra é guerra. Da emoção a lesão. Do dano à reparação.
Na
instituição de um dito ‘ governo revolucionário’ abolem-se as leis com a
criação de novas.
O regime
dito ‘revolucionário‘ em busca de sua legitimidade perante os governos dos
outros países não aboliu os códigos em vigor nas suas várias manifestações. Não
assumiu na instalação de seu poder, a abolição dos códigos existentes, logo
assim, não gerou uma revolução, visto que continuam em vigor as leis várias,
sobreviventes ou emergentes de outras situações ditas ‘revolucionárias’. Não
foi abolido o instituto da propriedade privada, visto que os antigos
proprietários tiveram a possibilidade
não só de manter as já existentes, como acrescer àquelas, novas acumulações. Enfim,
de que revolução estamos falando, quando
não existe nenhuma alteração fundamental?
E já que não
desapareceram os devedores, a estes devem ser imputados os custos, pelos danos
individuais e coletivos – fisio ou psicológicos – causados a pessoas inocentes,
na partilha e manutenção do saque ao botim perpetrados por assaltantes ao poder em 1964, cúmplices,
asseclas, quadrilhas, bandos, afins e assemelhados, correlatos e conexos.
Escravocratas,
racistas, latifundiários, biocidas, monocultores, homófobos, necrófilos, necrófagos,
madeireiros, mineradores, banqueiros, executivo, legislativo, judiciário,
autoritários, truculentos, prepotentes, covardes, saquearam/saqueiam povo,
cofres públicos, bens comuns, privatizaram
lucros, democratizaram, socializaram, comunizaram prejuízos, deixando
mortos por enterrar, vítimas, feridos, doentes, enfermos por cuidar, estragos
por consertar desta insanidade sifilizatória do estado merdocrático de direita
inserido na sifilização merdocrática planetária
Movimentos,
Organizações, Comissão Nacional da Verdade, Memória, Justiça, Reparação de
Danos Morais, Materiais, Financeiros, Ambientais
desde 1946.
$u$peito$
$ão o$ a$ que do$ crime$ $e benefi$$iaram ?
OS QUE
FICARAM COM BÔNUS ARQUEM ÔNUS ?
José de
Oliveira Luiz, 79 zé Zezinho zéluiz zedosrios
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